domingo, 20 de dezembro de 2009

“Impacts of roads and linear clearings on tropical forests”


Resenha do Artigo: “Impacts of roads and linear clearings on tropical forests”

Laurance, W.F., M. Goosem & S.G.W. Laurance. 2009. Impacts of roads and linear clearings on tropical forests. Trends in Ecology and Evolution 24: 659-669.

Em países desenvolvidos e em desenvolvimento, ações de desenvolvimento de infra-estruturas como construção de estradas, rodovias, energia e linhas de gás são muito frequentes e estão em rápida ascensão nos países que se localizam nos trópicos ou próximos a ele. Mas todo esse desenvolvimento acaba por afetar a grande variedade de espécies que ali vivem, que sofrem com a criação de obstáculos e grande mortalidade. Além disso, a construção de estradas é importante para a colonização de áreas tropicais, abrindo clareiras e caminhos para a exploração local e desmatamento.

Estrutura do Artigo


O artigo é divido em tópicos que especificam cada tipo de pertubação que a construção de uma estrada/rodovia/clareira pode causar ao meio natural em um país tropical. Nas aproximadas 09 páginas, os autores especificam muito bem certos conceitos e desenvolvem muito bem as ideias sobre o assunto.

Conteúdo do Artigo


O ser humano ao passar dos anos adquiriu como característica o fato de sempre estar construindo estradas/rodovias/ferrovias, tudo que possa facilitar seus trajetos. No entanto, há tempos já se conhece os grandes impactos ambientais que a construção destes mesmos podem causar ao meio natural, como por exemplo o impacto das clareiras, perturbações físicas, poluição química, mortalidade animal, efeitos de barreira, etc.
Primeiramente, do ponto de vista biológico, as florestas tropicais estão caracterizadas por uma arquitetura complexa e única de clima úmido, escuro e estável, o que faz com que várias espécies vivam no interior de florestas evitando, muitas vezes, a borda das matas. E em virtude de suas características únicas e abundância de espécies ecologicamente especializadas, florestas tropicais e sua biota são especialmente vulneráveis as mudanças ambientais associados à estradas e clareiras.
Mas também, as florestas tropicais fazem parte do território sujeito ao desenvolvimento em muitos países, onde a população esteja experimentando um crescimento continuo, rápido desenvolvimento econômico e intensa exploração dos recursos naturais. Para isso cada vez mais são expandidas as estradas, ocorrendo uma evolução na infra-estrutura e fornecendo assim um impulso econômico para o país.
Estradas pavimentas e rodovias tem um papel importante na abertura de regiões florestadas para exploração de caçadores, garimpeiros e colonos da floresta, o que é muitas vezes ocasionados e agravados devido a uma fraca legislação ambiental em áreas remotas. O artigo “ Impacts of roads and linear clearings on tropical forests” relata dados de pesquisas recentes, mostrando s impactos de estradas e clareiras em florestas tropicais e em sua vida selvagem. Muitas vezes essas pesquisas demonstram que os impactos podem ser qualitativa e quantitativamente diferentes nas florestas do que em qualquer outro tipo de ecossistema. Além disso, os autores mostram exemplos de medidas práticas para que os impactos das estradas possam ser minimizados.

Recomendação


Este artigo primeiramente é recomendado a todos que tenham algum interesse pela área de ecologia de estradas, mas também é extremamente recomendado à pessoas ligadas de alguma forma a legislação e a fiscalização de impactos ambientais causados pela construção de estradas, rodovias, clareiras etc., para que possam ser minimizados os danos causados pelas mesmas.

Melissa Lemos dos Santos
Acadêmica do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do ABC (UFABC)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Resenha do Artigo: “O QUE É ECOLOGIA DE PAISAGENS?”

METZGER, J.P. 2001.. O que é ecologia de paisagens? Biota Neotropica, 1(1/2): 1-9.
  • A visão Geográfica da Ecologia de Paisagem estuda a influência do homem sobre a paisagem e a gestão do território.
  • A outra área, visão ecológica, estuda o contexto espacial sobre os processos ecológicos, e essas relações em termos de conservação biológica.
  • Paisagem (Def. Aurélio): um espaço de terreno que se abrange num lance de vista.
  • Para Alexander Von Humbold paisagem é a característica total de uma região terrestre.
  • Carl Troll (1939) criou o termo “Ecologia de Paisagens”.
  • Para Troll, paisagem é a entidade visual e espacial total do espaço vivido pelo homem. (Teoria Geográfica)
  • A abordagem ecológica, por outro lado, enfatiza as paisagens naturais, conceitos de ecologia de paisagem para a conservação da diversidade biológica e ao manejo de recursos naturais, e não enfatiza macro-escalas, podendo estudar várias escalas.
  • Definição Ecológica: Área heterogênea compostas por conjuntos interativos de ecossistemas.
  • A Sociedade Internacional de Ecologia de Paisagens busca a unificação dos conceitos básicos e o estabelecimento de um sólido arcabouço.
  • Visão abrangente: “mosaico heterogêneo formado por unidades interativas, sendo esta heterogeneidade existente para pelo menos um fator, segundo um observador e numa determinada escala de observação”.
  • Ecologia de paisagens não pode ser considerada como sendo uma ecologia de macro escalas.
  • As unidades das paisagens não são obrigatoriamente ecossistemas.
  • As unidades são, em geral, as unidades de uso/ocupação e cobertura do território, na abordagem geográfica, e habitats na abordagem ecológica.
  • A nova perspectiva relaciona-se a dois fatores: a influência de padrões espaciais sobre processos ecológicos, e o reconhecimento da influência da escala nos estudos ecológico.
  • O funcionamento de uma unidade de paisagem depende das interações que ela mantém com as unidades vizinhas.
  • A ecologia de paisagem seria uma combinação de uma análise espacial da geografia com um estudo funcional da ecologia.
  • Ecologia de paisagem: ecologia de interações espaciais entre as unidades de paisagem.
  • Ecologia de paisagem: interessada no estudo da heterogeneidade.
  • Efeito de transmutação: mudanças nas propriedades em função da mudança de escala ou de nível hierárquico.
  • Segundo desafio da Ecologia de Paisagem: ser capaz de entender e transpor as relações entre padrões e processos de um domínio de escala para outro.
  • A ecologia de paisagem procura entender as modificações estruturais e, portanto funcionais, trazidas pelo homem no mosaico como um todo, incorporando de forma explícita toda a complexidade das inter-relações espaciais e seus componentes, tanto naturais quanto culturais (abordagem geográfica).
  • Responder aos principais problemas ambientais, tanto relacionados à fragmentação de habitats quanto ao uso inadequado do solo e da água.

Resenha do Artigo: Roads and Their Major Ecological Effects

Forman, R. T. T.; Alexander, L. E. 1998. Roads and their major ecological effects. Annual Reviews in Ecology & Systematics 29: 207-231.
  • A densidade de estradas está crescendo lentamente, enquanto a taxa de Km/Veículo está crescendo rapidamente.
  • Principais fatores que afetam os processos dos corredores são a largura, conectividade e intensidade de uso.
  • Há cinco principais temas: 1) margem de estradas adjacentes; 2) efeitos de estradas e veículos nas populações de animais; 3) fluxos de água, sedimentos e produtos químicos; 4) rede rodoviária; 5) política e planejamento de transporte.
  • As margens de estradas contem riqueza relativamente elevada de espécies vegetais, predominando espécies tolerantes a perturbações (ex. espécies exóticas).
  • A propagação de plantas pode ser favorecida pelas rodovias.
  • Espécies lenhosas são plantadas na margem das estradas para diminuir a erosão.
  • Faixas de vegetação nativa nas margens da estrada são valiosas como reservatórios de diversidade biológica.
  • Quanto menos se corta a vegetação, mais espécies de pequenos mamíferos, répteis, anfíbios e insetos são encontradas.
  • Os atropelamentos passaram a ser a principal causa de morte de animais, ultrapassando a caça.
  • Altos níveis de atropelamentos foram diagnosticados, onde antes eram rotas principais de circulação de animais.
  • Com exceção de espécies raras, atropelamento tem efeito mínimo na dimensão da população.
  • Os ruídos de tráfego parecem ser as principais causas de evasão de animais na margem de estradas, seguidos por perturbações visuais e poluentes.
  • Quanto mais perto da rodovia, menor a densidade de pássaros nos Países Baixos.
  • Pássaros canoros são muito sensíveis a ruídos.
  • Perda auditiva, desequilíbrio hormonal, são os principais distúrbios causados por ruídos.
  • Perturbação visual e poluente tem uma curta distância de evasão em comparação a ruídos de trafego.
  • Estradas servem como barreiras para travessia de animais.
  • A passagem de coleópteros (besouros) é bloqueada por estadas tão estreitas como 2,5 m de largura.
  • Largura e densidade de trafego são os principais determinantes do efeito barreira.
  • Aumento do efeito barreira diminui os atropelamentos, mas acentua os problemas das populações pequenas (isolamento e queda da diversidade genética).
  • Fluxos de água podem ter efeitos físicos ou químicos nos ecossistemas aquáticos, alterando a paisagem.
  • Grande escoamento de água relacionado com estradas pode aumentar as taxas e a extensão de erosão.
  • A freqüência de inundação está relacionada com a percentagem de cobertura de estrada em uma bacia hidrográfica.
  • Volume de produção de sedimentos de uma estrada depende da oferta e da capacidade de transporte de sedimentos.
  • Faixas de proteção entre estradas e rios tendem a reduzir que sedimentos cheguem aos rios.
  • Boa localização das estradas pode ser uma boa estratégia para evitar a sedimentação nos rios.
  • Transportes de substâncias químicas são transportados por escoamento de água das tempestades.
  • Sal de descongelamento e metais pesados são os principais poluentes estudados em escoamento de estradas.
  • Acumulação de sódio nos solos altera a estrutura e afeta o crescimento de plantas.
  • Concentrações altas de chumbo foram encontradas em tecidos de mamíferos.
  • Mortalidade de peixes tem sido relacionada com elevadas concentrações de Al, Mn, Ca, Fe ou Zn.
  • Vegetação terrestre é mais resistente aos impactos de estradas.
  • Estradas conduzem ao desenvolvimento, ou desenvolvimento conduz a estradas?
  • Principais impactos ecológicos incluem: interrupção de processos de paisagem, perda de biodiversidade, interromper fluxo de água subterrâneo.
  • Corredores de fauna restabelecem a conectividade da natureza.
  • Estradas têm o maior impacto no processo de transformação do terreno.
  • Densidade de estrada de aproximadamente 0,6 Km/ Km2 parece ser o máximo para uma paisagem natural sustentar populações de grandes predadores.
  • Os efeitos das rodovias são sensíveis a sua largura, densidade de tráfego e conectividade de rede.
  • A maioria das estradas existentes foi construída antes da explosão do conhecimento ecológico, e muitas estão mal localizadas ecologicamente.
  • Túneis são criados para passagem de animais a fim de minimizar os efeitos prejudiciais das rodovias.
  • A zona de efeito da estrada é a área ao longo da qual se estendem significantes efeitos ecológicos. Essa área se estende para fora de uma estrada e normalmente muitas vezes maior que a superfície da estrada.

domingo, 22 de novembro de 2009

Roads and Their Major Ecological Effects


Resenha do Artigo: Roads and Their Major Ecological Effects

Forman, R. T. T.; Alexander, L. E. 1998. Roads and their major ecological effects. Annual Reviews in Ecology & Systematics 29: 207-231.

No artigo “Roads and their major ecological effects”, os autores Richard T. T. Forman e Lauren E. Alexander abordam o assunto sobre a ecologia de estradas mostrando principalmente os efeitos ecológicos causados por estradas na Austrália, Holanda e EUA. Entre esses efeitos ecológicos, são retratados pelos autores a questão da mortalidade da flora e da fauna,além de danos ambientais que podem ser causados pelo transporte de produtos químicos etc.

Estrutura do Artigo

O artigo “Roads and their major ecological effects” nos mostra de maneira clara, através de suas seções quais são os principais efeitos ecológicos causados por estradas na Austrália, Holanda e EUA. Através de aproximadamente suas 25 páginas, os autores explicam e detalham certas situações de exposição do meio ecológico devido a construção de estradas que podem alterar o ecossistema da região.

Conteúdo do Artigo

Uma enorme rede de estradas ramifica a Austrália, Holanda e EUA, e esse enorme número de estradas acaba sendo responsável por criar barreiras no meio ecológico, o que causa uma grande mortalidade de animais e vegetais, além de danificações ao solo.
Quando ocorre a construção de uma estrada, esta acaba se tornando uma barreira ou um filtro para diversas espécies de animais. Esta barreira acaba afetando todas as espécies animais, seja ela um inseto ou um mamífero. Estes não procuram atravessar as estradas devido a sua largura, o movimento de veículos, o ruído provocado pelos mesmo, o material pelo qual a estrada é feita afasta os anfíbios etc.
O efeitos das barreiras tende a criar metapopulações, ou seja, sub-populações com fluxo gênico reduzido, ou populações pequenas isoladas. Isso pode favorecer a extinção de uma população pequena, a alteração genética da população e o impedimento de recolonização na área.
Existem muitos animais que não se sentem acuados em relação as estradas, e isso acaba ocasionando uma grande mortalidade dos animais, muitas vezes ocasionando uma diminuição significativa da população local da espécie. E não é só espécies animais que sofrem com a mortalidade nas estradas, muitas espécies vegetais são altamente prejudicadas, podendo por muitas vezes causar distúrbios ecológicos em toda região, ou até a própria extinção da mesma.
Outro fator grave ocasionado pela construção de estradas, são os sedimentos que são depositados no solo pelo fluxo de automóveis, estes que muitas vezes podem ser químicos, modificando toda a estrutura e as características do solo de determinada região, prejudicando espécies animais e vegetais.
Por conseguinte, a construção de estradas prejudica não só a região aos arredores da estrada, mas um espaço muito mais abrangente. Por isso, a construção de estradas tem que necessariamente ser feita com muito planejamento, visando diminuir os danos causados por esta no meio ecológico.
Na minha opinião, acredito que no Brasil um melhor planejamento na hora de construir estradas seria factível e altamente necessário tendo em vista a grande diversidade ecológica no país. Mas para isso a manutenção de estruturas para mitigação de atropelamentos e uma legislação que obrigue as concessionárias de estradas a se preocupar com os efeitos ecológicos causados pela construção das estradas é fundamental. Uma maior divulgação dos danos que as estradas podem causar à biodiversidade pode ajudar a conscientizar a população em cobrar de seus governos e empresas (concessionárias) maiores ações para combater os efeitos negativos das estradas.

Recomendação


Este artigo é recomendado a todos que tenha interesse pela área de ecologia e/ou tenham algum interesse pela área de ecologia de estradas.

Melissa Lemos dos Santos
Acadêmica do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do ABC (UFABC)


O que é Ecologia de Paisagens?


Resenha do Artigo: “O QUE É ECOLOGIA DE PAISAGENS?”

METZGER, J.P. 2001.. O que é ecologia de paisagens? Biota Neotropica, 1(1/2): 1-9.
http://www.biotaneotropica.org.br/v1n12/pt/abstract?thematic-review+BN00701122001

No artigo “O que é ecologia de paisagens”, o autor Jean Paul Metzger aborda as principais definições de Ecologia de Paisagens que são utilizadas para definir esta nova área de conhecimento dentro da Ecologia. Dentre elas são abordadas as definições mais utilizadas como a abordagem Geográfica (que estuda a influência do homem no meio geográfico) e a abordagem Ecológica (estuda a importância do contexto espacial sobre os processos ecológicos), comparando e propondo uma forma de integrar as duas abordagens da Ecologia de Paisagens.

Estrutura da Obra

O artigo através de suas seções nos apresenta de maneira clara os conceitos já existentes e utilizados na área de Ecologia de Paisagens. As seções são divididas em tópicos nos quais os conceitos são individualmente definidos e posteriormente relatados suas diferenças e semelhanças para integrá-los. O texto através de aproximadamente nove (09) páginas aborda várias teorias e conceitos utilizados dentro da área de Ecologia de Paisagens e nos aponta maneiras para poder integrá-los em busca da formação de um conceito que possa abranger de maneira mais generalista o que seria Ecologia de Paisagens.

Conteúdo do Artigo

A área de Ecologia de Paisagens ainda não tem definições prontas, pois há inúmeras visões e conceitos que divergem entre si impossibilitando a formulação de um conceito único. Dentro da área de Ecologia de Paisagens há duas frentes de pensamentos que se destacam, que é a abordagem geográfica e a abordagem ecológica.
A abordagem geográfica teve início com Carl Troll e por pesquisadores que eram essencialmente geógrafos. Consequentemente esta área teve muita influência da geografia humana, fitossociologia e da biogeografia. A abordagem geográfica tem como objeto de estudo o planejamento da ocupação territorial, o estudo de paisagens modificadas pelo homem e a análise de áreas espaciais. Troll define paisagem como “a entidade visual e espacial total do espaço vivido pelo homem”.
Na década de 1980 influenciada por biogeógrafos, teve origem a abordagem ecológica, que utilizou de recursos como: imagens de satélites e da facilidade de tratamento de imagens através de computadores. A abordagem ecológica da maior ênfase às paisagens naturais, utiliza a aplicação de conceitos da Ecologia de Paisagens em busca da conservação e manejo da diversidade biológica.
Para integrar as duas abordagens, o autor define paisagem como um mosaico heterogêneo formado por unidades interativas, sendo esta heterogeneidade existente para pelo menos um fator, segundo um observador e numa determinada escala de observação.

Recomendação

Este artigo é recomendado para pessoas interessadas na área de ecologia em geral, mas principalmente para as pessoas que tem interesse na área de ecologia de paisagens e ecologia de estradas.


Sobre o Autor
Jean Paul Metzger é graduado em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (1988), mestrado em Ecologia e doutorado em Ecologia de Paisagens pela Universidade Paul Sabatier de Toulouse. Trabalha como docente na Universidade de São Paulo e membro da “International Association For Landscape Ecology”, presidente da seção brasileira desta associação. É editor de quatro revistas (Biological Conservation, Landscape Ecology e Natureza e Conservação), e também é assessor de diversas revistas e fundações de apoio à pesquisa. Tem experiência na área de Ecologia de Paisagens e Conservação, com ênfase no estudo de paisagens fragmentadas da Mata Atlântica, atuando principalmente com temas relacionados à conectividade biológica.

Melissa Lemos dos Santos
Acadêmica do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do ABC (UFABC)