domingo, 27 de março de 2011

Volume Sem Estradas: uma medida do efeito das estradas na paisagem

O grau de perturbações geradas pelas estradas vai depender do volume, tipo e densidade do tráfego circulante, e da proximidade entre floresta e rodovia.[2] O volume sem estradas ( RV- roadless volume), é calculado através do DTR (Horizontal distance to nearest road), que leva em conta a distância da estrada mais próxima. O RV é a integral dupla do DTR, sobre a região considerada, ou seja, é o volume abaixo do gráfico que tem como altura, a função DTR. Podem ser produzidos diferentes RV, para rodovias de mesmo tamanho, pois este leva em conta a distância em relação a outras rodovias, e não apenas o comprimento desta. Veja os exemplos abaixo.[3]


Fig 3. Map of by country in the conterminous United States. DTR legens classes are of aproximately equal area, and color rendering closely folows area-adjusted county rank.[2]


Fig.4. Per capita RV by county for the conterminous United States. Legend classes are of aproximately equal area, and color redering closely follow area-adjusted county rank.[2]


Diversos estudos trazem como resultado o aumento do RV e em, consequência o aumento de animais silvestres em regiões com alto RV.[1] A métrica de paisagens RV, não aborda diretamente a relação entre a paisagem e os processos ecológicos com fragmentação de habitat e conectividade de paisagens.


Fig 5. Duas paisagens teoricamente fragmentadas por estradas. A paisagem da esquerda tem maior conectividade ( menor fragmentação) do que a paisagem da direita. No entando o RV calculado para a paisagem menos conectada ( da direita) é menor que o RV para a outra paisagem, o que é contra-intuitivo.[4]



Referências bibliográficas:
[1] Chen, Xiongwen; Roberts, Kathleen A. "Roadless areas biodiversity: a case study Alabama, USA. [2]Watts, Raymond D; et al."Roadless space of conterminous United States". [3]Shiliang,Liu; Yuhong, Dong."Estimating the cumulative effects of different roads using roadless volume index-a case study in Yunnang province". [4]Girvetz, Evan; et al. 'Comment on "roadless space of conterminous United States"'






domingo, 13 de março de 2011

Análise do uso de passagens de fauna na Rodovia SP–322

Há uma grande preocupação, de ordem mundial, com o elevado número de atropelamentos e acidentes causados por colisões entre automóveis e animais silvestres. Além dos atropelamentos, as rodovias contribuem para a fragmentação de habitats, o isolamento entre populações impossibilitando o deslocamento, migração e fluxo genético entre as espécies, aumento dos focos de incêndio, dentre outros. Levando em conta o elevado número de atropelamentos nas rodovias do Estado de São Paulo a Vianorte S.A. resolveu implantar um Programa de Monitoramento de Fauna com a finalidade de diminuir esses acidentes. Este programa foi realizado na Rodovia Armando Salles Oliveira (SP-322), no trecho entre os municípios de Sertãozinho e Bebedouro, Estado de São Paulo. A implantação de túneis sob a Rodovia, chamados de “passagens de fauna”; a colocação de telamento nas margens da rodovia com a finalidade de induzir e direcionar os animais a utilizar os túneis; a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) com o plantio de mudas nativas; e ações educativas junto a usuários e população de entorno são algumas das medidas que estão sendo adotadas para minimizar os atropelamentos de animais silvestres e auxiliar na recuperação gradativa da biodiversidade na região. O objetivo deste trabalho é avaliar, com base na bibliografia e nos dados de uso das passagens por mamíferos, a metodologia de seleção dos locais onde as passagens de fauna foram implantadas. O resultado esperado é que as passagens sejam usadas pelos mamíferos e aumentem a conectividade entre as populações isoladas pela estrada.

Agradeço a AMBIENS (http://www.ambiens.com.br/default.aspx) que disponibilizou os relatórios de monitoramento de fauna que possibilitaram a realização deste projeto.

Leonardo Beltrão Barszcz - UFABC